Não sabes, minha flor, que me maltratas
Tratando-me assim com esse carinho?
Estou preso por ti qual o passarinho
Que lhe privaram as árvores das matas;

Se de beber me das, dás-me a comida,
Tua presença tenho sempre aqui,
Mas preso eu estou em tua vida
Como esse passarinho vive ali.

Talvez se me soltasses eu teria
A vida que eu sempre almejei.
Em outros braços eu encontraria

O amor que eu aqui não encontrei.
Tu prendes-me, não sabes que judias
Com os beijos que me dás, se não me dei.

Serra 23/08/2018

Geraldo Altoé