Altoé, Geraldo

POESIAS

Textos

MEU ÚLTIMO REMÉDIO

Não sou poeta pelos meus caprichos,
Nasci com essa ferida dentro em mim.
E cada verso meu tem um compromisso:
Aliviar minha dor é o seu fim.

Meu pranto pinga a escada do soneto,
E os versos são degraus por onde rola,
E vai buscar o fim, cai sobre a mola
Que me retorna sempre ao recomeço.

E apego-me ao infame cadafalso,
De dor eu me alimento todo dia,
E bebo em taças rudes a poesia

Em cujo alimento é o que me faço.
Se tento desvendar-me deste laço
Não encontro mais o amor, nem a alegria.

Serra,20/06/2018

Geraldo Aloé
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 20/06/2018


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