SONHOS CONFUSOS E DOCES
Sonhava, meu amor, Um sonho desses verdadeiros Que se lembra depois o dia inteiro... Que se sofre por ele alguma dor... Em meus sonhos, a noite era linda, O teu abraço de ternura, mais ainda, E a poesia era vivida por nós dois... Eu falava das cousas que eu sentia E ouvia de redor outra poesia: “Quem sois vós aqui em nosso abrigo? Digais de onde viestes e quem sois!” Talvez eram animais que ali diziam... Eram duendes talvez... Outra alquimia Da tênue natureza em que eu estava. E em teus braços doces eu deitava: Falava de amor... Nem os animais que ali moravam, Nem o riacho que por nós passava, Nem o cipreste e a flor; Deixavam de nos ver com o olhar silente, E seguiam depois tristes, dolentes, Fingindo sentir dor.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 12/08/2007
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