Pedra, não tendo boca nem ouvidos
Expressas algo em mim, se estou a sós,
Vivendo eu inculto e dividido
Sem ter amor ou pranto, sem a voz...

Deus ignoto assas talvez perdido,
Calado grito em tua timidez,
És rocha, e tu dizes quando erguida
Em outeiro despertas altivez.

Eu sou apenas frágil, sou o amor,
E tremo ao ver defronte minha amada...
És firme, não demonstra tua dor...

Contudo sentes, pois, falas comigo,
Apenas tu expressas teu valor:
És pedra, tens nas rochas teu abrigo.