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O PRÍNCEPE QUE É MENOR QUE UMA GALINHA
Era uma vez uma princesa que morava no fundo de um enorme vulcão extinto. Seus ancestrais chegaram ali há milhares de anos movidos por uma curiosidade: Queriam descobrir os mistérios do vulcão. Após escalarem as montanhas circundantes, desceram naquela cratera profunda. Nunca mais conseguiram sair. Eram dois amigos, uma menina e um jovem. Passaram anos tentando sair dali, até que um dia chegaram à mais sensata conclusão: Nunca sairemos daqui – disse o jovem à companheira. - Eu também acho que não. - Se não tivermos filhos, ficaremos dois idosos sem ninguém para nos cuidar no futuro. - Então deveremos formar uma família e esquecer aquele mundo onde vivíamos. Foi assim que os dois coleguinhas começaram a namorar e formaram uma família naquele mundo novo. Com o passar dos anos formou-se ali um grande reino: O Reino Encantados dos Anões. Não se sabe ainda porque poucas são a pessoas que conseguem crescer ali. A maioria fica pequenina, mal cabem no colinho de uma criança. Lá o Rei é um pequenininho também, mas muito rígido com as leis que só permitem um filho homem na descendência do trono. Acabara de nascer outro menino ali e deveria ser depositado na porta de alguma pessoa para que cuidassem dele, contudo, não podiam saber quem eram seus pais verdadeiros. O Rei ordenou ao pelicano que alçasse voo com aquela criança e a levasse para fora do Reino Encantado. Assim aquela ave procedeu, voou, voou até ultrapassar as montanhas e desceu à procura de uma família para deixar aquela criancinha. Para evitar que a criancinha não ficasse nas mãos de uma pessoa má, resolveu o pelicano consultar uma menina que ia para a escola sozinha numa estrada de terra: Você mora por aqui? – perguntou o pelicano após deixar o menino em uma sombra embaixo das bananeiras. - Moro. Você conhece uma pessoa muito boazinha com quem posso deixar um principezinho que nunca vai crescer mais que uma galinha? - Um principezinho!? - Retrucou a menina pensativa. - É! Estou com um menino para doação. É de uma linhagem nobre. Mas não cresce como vocês. Vai ser sempre pequenininho. Mesmo que ele cresça e se torne adulto, você conseguirá carrega-lo como um bonequinho... A menina pensou um pouquinho e disse: - Deixe-o na porta da minha casa, eu sou filha única e quero ter um irmãozinho. Acho que minha mãe vai ficar muito feliz com a chegada de um bebê. A menina e o pelicano acertaram a hora da entrega do principezinho. Sua mãe saía para a roça às sete horas da manhã. – disse ela ao pelicano: - deixa o bebê às oito horas, é mais quentinho. - Fica combinado para amanhã às 8 horas. – disse a ave aliviada. A menina foi então sondar da mãe o que ela achava a respeito de um irmãozinho. Nem pensar- disse a lavradora para a filha – eu e seu pai estamos muito doentes e se conseguirmos criar você nos estudos está de bom tamanho. - E se alguém deixasse um bebê na porta lá de casa? - Eu jogo ele num rio, como faziam antigamente. Dentro de um cesto... A menina ficou transtornada com o que ouvira da sua mãe. E agora – pensou – o bebê estará em sua porta amanhã. Continuou ela pensativa: minha mãe vai para o trabalho e eu escondo o bebezinho e cuido dele sem ela saber. Crio ele no porão da casa. Mamãe nunca vai lá mesmo...
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 28/06/2011
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