A ARTE E A POESIA
Por que me fitas assim, boneca de louça? O que sentes aquando me fitas? Eu cá te vendo em tua arte, Contemplando-te a beleza que, ao fitar-te, Invade-me como um incenso; E eu penso: Nada terias para eu amar-te, Não obstante a plástica da arte. Com esse olhar imóvel de tristeza, Rijo, a estatuar sobre esta mesa, Minha alma, tu me partes. Ouve-me! Estou embevecido, Ou, melhor dizendo, enternecido, Exalando um sentir suave e morno, Como aquele pão que sai do forno. Não sei se é paixão, Não sei se é a arte ou a poesia, Essas duas irmãs, qual me judia, Não sei qual a razão.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 02/11/2006
Alterado em 30/08/2007 |