HINO À DOR
Se os versos que a mim me aprazem tanto Negassem meus momentos de estesia, Se o meu alvitre achasse a dor no pranto, Talvez eu fosse triste, eu sofreria... Não gosto de chorar no cemitério, Somente por amor eu tiro a venda. Eu choro pela flor e pelo estéreo Porvir e o esmaecer do firmamento. E sob o teu condão, ó musa ingente, Assanham-me amarguras, desalentos Que a alma já varada em dor não sente. Mas louvo o mel das noites solitárias Que, em doces calafrios, malgrado o intento De algum instante... empresto ao meu calvário.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 17/12/2008
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