IZABEL FOI PARA CIDADE
Gritava Izabel lá no alto do morro... Cantava, talvez, esfregando um lençol... O seu canto de amor não pedia socorro... Izabel só falava de amor, de arrebol... De saudade talvez Izabel murmurasse, De um amor que ficou no longínquo sertão... O seu canto talvez é um triste disfarce, É um gemido talvez, talvez é solidão... Quando o galo cantava no parco terreiro, E a brisa tocava nas frestas da casa, Talvez Izabel até imaginava Que morasse talvez numa grande mansão... Izabel canta agora o dia inteiro Num quarto, ainda, de um velho galpão.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 15/10/2007
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