QUANDO INÊS SENTA AO PIANO
Inês senta ao piano, imóvel embala
Um respirar de paz e calmaria. E após fere no arpejo, e enche a sala De alados querubins com a melodia, E assopram os dedos ágeis purpurinas No doce pisotear das meigas mãos, E as notas da canção, doutas, divinas... Nas portas vêm bater dos corações... E os deuses surgem ali, tudo enternecem, E o encanto beija as faces comovidas. E os dedos correm mais, as forças crescem, E asperge em esguicho as notas coloridas Na luz das fantasias, e empalidecem, E acalmam, afrouxam, e cessam aplaudidas.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 31/05/2018
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