OUVINDO AS VAGAS
Ouve, Inês, o mar quando murmura Não sabes o que diz naquele instante... Às vezes é a poesia, é a ternura, Às vezes sentimento dos amantes... É que ao bater as vagas faz-se em dores, Que vem doer na gente que o aprecia, A mim não trazem as vagas alegria... O mar me lembra, Inês, os meus amores. Amores que passaram pela vida; Amores que sequer pude tocar; Amores que eu bebi doce a saliva. Também falava o mar batendo as vagas Dos teus cabelos longos, teu olhar... Dos beijos que pedia-te e negavas.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 05/01/2017
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