AO CONTEMPLAR AS VAGAS
Vaga, ó vaga! Incansável vaga... Debruças incessante nestas praias E apagas tantas vezes as pegadas Nos lábios teus da areia em que te espraias. Não deixas lá sequer uma memória, Nem sofres com lembranças do passado, Não marcas nem o tempo, nem a história... De nada te recordas do teu fado. E fazes a poesia, não a escreve. E nada te carece na labuta: Não falas, e também nada escuta, Mas tanto diz ao vate que perscruta Os versos teus tão puros e tão breves Que fazes balbuciar na tua luta.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 21/07/2016
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