EU SEI QUE AS VAGAS FICARÃO
Batem sentidas vagas lá no mar Debruçam-se ao chão, vagas sentidas... Talvez as vagas queiram provocar Em mim a ilusão de terem vida. Sorriem as vagas; e eu ainda estou mudo, As vagas vão brincando murmurantes, Falam comigo as vagas quase tudo, Não dispensam o humor em seu semblante... Sinestésicas vagas tão simpáticas Cheiram com suas línguas provocantes A minha vida ali sóbria, apática. E as sentidas vagas seguem adiante Tentando disfarçar a sua prática De ser eternas vagas, e nós vagantes.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 01/12/2014
|