QUANDO A CORUJA APARECE
Quando, às tardes, aves forasteiras Retornam pra dormir nos seus abrigos, Se encontram ali na espreita um inimigo, Deixam seus ninhos, buscam outras fronteiras... Também houve em meu ninho assossego: Dormia eu nos braços da mulher, Nem despertava em mim algo sequer Que me levasse a ter insônia ou medo. Um dia ao chegar para dormir Agouros eu ouvi no meu jardim. E alguma coisa eu pude pressentir: Não sei se era loucura ou se era dor, E um vulto eu vislumbrava dentro em mim: Apenas via o algoz: era o amor.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 03/10/2014
Alterado em 04/10/2014 |