UM POETA BÊBADO
Quando tomo uma dose, Fico tão sensível... Fogem-me de mim as emoções, Como se, de uma caixa-d'água, o ladrão Jorrasse o que lhe sobra... Talvez a minha mente esteja cheia, E querendo entornar toda besteira, Se vende na cachaça que me cobram... Talvez o mundo seja uma cachaça Em que, nos entregamos na desgraça Querendo o nosso fim... Ou, talvez, seja mesmo uma doce entrega, Onde a gente encontra, na bodega, O consolo pra uma vida tão ruim.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 30/03/2007
Alterado em 30/03/2007 |