Altoé, Geraldo

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VOCÊ PODE ACOMPANHAR A CRIAÇÃO DESSE CONTO E INTERAGIR
O PRÍNCEPE QUE É MENOR QUE UMA GALINHA
Era uma vez uma princesa que morava no fundo de um enorme vulcão extinto.  Seus ancestrais chegaram ali há milhares de anos movidos por uma curiosidade: Queriam descobrir os mistérios do vulcão. Após escalarem as montanhas circundantes, desceram naquela cratera profunda. Nunca mais conseguiram sair. Eram dois amigos, uma menina e um jovem. Passaram anos tentando sair dali, até que um dia chegaram à mais sensata conclusão:
Nunca sairemos daqui – disse o jovem à companheira.
- Eu também acho que não.
- Se não tivermos filhos, ficaremos dois idosos sem ninguém para nos cuidar no futuro.
- Então deveremos formar uma família e esquecer aquele mundo onde vivíamos.
Foi assim que os dois coleguinhas começaram a namorar e formaram uma família naquele mundo novo.
Com o passar dos anos formou-se ali um grande reino: O Reino Encantados dos Anões.  Não se sabe ainda porque poucas são a pessoas que conseguem crescer ali. A maioria fica pequenina, mal cabem no colinho de uma criança.
Lá o Rei é um pequenininho também, mas muito rígido com as leis que só permitem um filho homem na descendência do trono. Acabara de nascer outro menino ali e deveria ser depositado na porta de alguma pessoa para que cuidassem dele, contudo, não podiam saber quem eram seus pais verdadeiros.
O Rei ordenou ao pelicano que  alçasse voo com aquela criança e a levasse para fora do Reino Encantado. Assim aquela ave procedeu, voou, voou até ultrapassar as montanhas e desceu à procura de uma família para deixar aquela criancinha.
Para evitar que a criancinha não ficasse nas mãos de uma pessoa má, resolveu o pelicano consultar uma menina que ia para a escola sozinha numa estrada de terra:
Você mora por aqui? – perguntou o pelicano após deixar o menino em uma sombra embaixo das bananeiras.
- Moro.
Você conhece uma pessoa muito boazinha com quem posso deixar um principezinho que nunca vai crescer mais que uma galinha?
- Um principezinho!? -  Retrucou a menina pensativa.
- É! Estou com um menino para doação. É de uma linhagem nobre. Mas não cresce como vocês. Vai ser sempre pequenininho. Mesmo que ele cresça e se torne adulto, você conseguirá carrega-lo como um bonequinho...
A menina pensou um pouquinho e disse:
- Deixe-o na porta da minha casa, eu sou filha única e quero ter um irmãozinho. Acho que minha mãe vai ficar muito feliz com a chegada de um bebê.
A menina e o pelicano acertaram a hora da entrega do principezinho.
Sua mãe saía para a roça às sete horas da manhã. – disse ela ao pelicano:
- deixa o bebê às oito horas, é mais quentinho.
- Fica combinado para amanhã às 8 horas. – disse a ave aliviada.
A menina foi então sondar da mãe o que ela achava a respeito de um irmãozinho.
Nem pensar- disse a lavradora para a filha – eu e seu pai estamos muito doentes e se conseguirmos criar você nos estudos está de bom tamanho.
- E se alguém deixasse um bebê na porta lá de casa?
- Eu jogo ele num rio, como faziam antigamente. Dentro de um cesto...
A menina ficou transtornada com o que ouvira da sua mãe. E agora – pensou – o bebê estará em sua porta amanhã. Continuou ela pensativa: minha mãe vai para o trabalho e eu escondo o bebezinho e cuido dele sem ela saber. Crio ele no porão da casa. Mamãe nunca vai lá mesmo...
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 28/06/2011


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