O VINHO E A POESIA
Faço poesia como quem faz vinho E, assim eu vou seguindo minha estrada, Vou, enterrando o que faço no caminho, Não sei se deixo ouro na jornada... Mas, consciente, sei que o vinho é bom, O que falta, na verdade, é a essência Do tempo que premia a paciência, E embute no que faço outra razão. Deixo por legado este tesouro, E nele, embutido o meu pranto. Quem sabe que um dia este ouro Possa ser encontrado e, para espanto Dos meus herdeiros, em um estouro Possa transformar-se o meu canto.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 09/10/2010
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