A SERTANEJA E A CHUVA
Nesse encabruado dia a chuva cai, Batem as gotas no chão, outras nas poças, Ulula o vento na fresta, e a triste moça Coça os mamilos sob a blusa, e sai... Talvez vai amargar o seu doce encanto: Hoje o amor não vem neste rincão. Quem ama nesta hora sente o pranto Molhar de dor o afoito coração. Lá fora o rio transborda, a ponte encobre. As águas avermelhadas na torrente Serpenteiam morro abaixo como cobras... Com o olhar triste tudo vê Ana Vicente. Já não sabe o que fazer, qual a manobra Para saciar o seu desejo ardente.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 29/10/2009
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