A GARRICHA E EU
Que labuta tens, meiga criatura, No vaivém, num incansável dia Alimentas com ternura a tua cria, Não reclamas, não sentes amargura. Vamos, vamos, outra vez ao ninho Mordendo a presa ínfima e segura, Mais outra viagem, e outra procura Em busca de alimento pros filhinhos... E eu, cá nesse alpendre te fitando, Pensando em minha vida, e em ti pensando, E vendo tua presteza e o teu amor, Acabo por mim mesmo criticado. E pelo passarinho ensinado Que a vida não é só um mar de flor.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 29/09/2009
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