O AMOR, INDOMÁVEL AMOR
O AMOR, INDOMÁVEL AMOR
Quando falo de amor, e o amor não me escuta... Ouço juras, perjúrios, ouço o meu próprio eu. Do amor que eu falo alguém se escondeu. O amor que eu falo é o amor que labuta Pelo amor, pelo puro, pela simples fé. É o amor simplesmente com o doce e o amargo, Com as dores e o peso de uma flor e um fardo. No amor que eu falo há uma doce mulher. Vejo a sombra e o sol, a aurora e a tarde, O silêncio que almeja um silêncio apenas, Eu não vejo outra coisa, eu não vejo a outra parte... O amor é só aquilo que nos faz o que quer... Que não ouve a gente. O amor é destarte, Uma coisa que vem pra o que der e vier. Interpretando: “ Quando falo de amor e o amor não me escuta” O amor não é aquilo que você prega ou direciona, ele tem seus próprios caminhos, ele desobedece as nossas vontades ... “Ouço juras, perjúrios, ouço o meu próprio eu” Quem já passou horas questionando o amor sabe o que estou dizendo. “Do amor que eu falo alguém se escondeu” Essa indefinição rebusca a desistência de encontrar o amor dos sonhos personalizado em alguém. “Esse amor que eu falo é o amor que labuta pelo amor, pelo puro, pela simples fé”: O poeta quis definir o amor dos seus desejos, o amor ideal segundo os seus intentos que se traduz no próprio amor reforçado pela pureza e pela fé que o purificam em absoluto. “É o amor simplesmente com o doce e o amargo, Com as dores e o peso de uma flor e um fardo. No amor que eu falo há uma doce mulher.” O poeta aqui reconhece que há turbulências no amor, que há que se relevar algo para possuí-lo, mas em meio aos espinhos sabe que há flores. “Vejo a sombra e o sol, a aurora e a tarde, O silêncio que almeja um silêncio apenas, Eu não vejo outra coisa, eu não vejo a outra parte...” Nesse terceto quis o poeta dizer que há diferenças e ele visualiza a inter-relação das coisas que compõem o amor, mas que ele apesar dessas diferenças não releva a parte boa que há no amor, essa passa despercebida, inebriada pelo próprio encanto. Ou seja, visualiza-se todos os componentes do amor, suas relações, a meditação do amor, mas não o amor em si. ”O amor é só aquilo que nos faz o que quer... Que não ouve a gente. O amor é destarte, Uma coisa que vem pra o que der e vier.” Com esse terceto o poeta , finalmente, se entrega às intempéries do amor. Reconhece ser este uma coisa de difícil domínio que acaba nos dominando.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 13/08/2009
Alterado em 14/08/2009 |