EM UMA TARDE
Ouve, a tarde sussurra seus amores, E o arrebol é um olho avermelhado Onde o pranto é o douro matizado Sobre as colinas... Pálidos condores Aquecem-se ao ninho sonolentos... As várzeas longas, o descampado, O rio a rolar pelos serrados... E eu tudo fitava em meu silêncio... Talvez fossem visões, sinestesias Aquelas ilusões, aquelas dores, Talvez o frio daqueles vis condores Fosse as tristezas que eu mesmo sentia. Mas juro, eu fitava aquilo tudo Com a alma navegando em uma poesia E um pranto a molhar meus lábios mudos.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 16/07/2009
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