DEPOIS DAS NÚPCIAS ( Altoé)
Abre-se a alcova
Aos olhos dos visitantes... E o olhar curioso vislumbra. A luz é posta em penumbra... É a noite dos amantes. Os sonhos, as fantasias Tudo se faz em estesia Aos dois olhares a sós. Há desejos reprovados Do amor, já tão provocados, Se revelando aos lençóis... Aos olhos nada incriminam... Nos seios nus da menina As mútuas mãos vêm pousar. E em seus corpos amantes Bebem a seiva que antes Lhes reservava o pudor. Dois corpos nus envolvidos. E os lábios, mais atrevidos, Quais borboletas na flor. Bocas que sugam desejos De dois olhares no pejo, Na mais sublime missão... E a pétala se rompe. Bebem o néctar do amor. E um leve grito de dor Do mundo abre os porões. Dá-se o suor, o cansaço... Aos respiros ofegantes... E um olhar feliz da amante Ao consumar-se ao regaço.
Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 20/01/2009
Alterado em 21/01/2009 |